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O cotidiano feminino nos transportes coletivos

  • Foto do escritor: Larissa Maia
    Larissa Maia
  • 12 de fev. de 2019
  • 2 min de leitura

Um ônibus lotado. Todo dia uma linha diferente, mas os mesmos olhares. Eles secam, passam a mão, roçam em você. Se gritar, tem gente que escuta, tem gente que finge que não. E eles continuam. Encobrem dizendo que é porque não tem espaço no ônibus, mas é só uma desculpa para dar uma "escapadinha" na safadeza. Eles não entendem: o transporte é público, nosso corpo não.     Todo dia são relatados inúmeros casos de assédio nos transportes públicos, fora do estereótipo de velhos, os “novinhos” também estão ficando doentes. Mas quando a mulher fica doente depois desses episódios, é algo normal. Ninguém quer dizer que o cara é louco por te assediar. Alias, não é assédio, ele só está afim de você, ouviam as mulheres.     Ninguém nota, ninguém liga. É só mais um. Tantos já passaram a mão aí, por que não mais um? Se veste direito e composta que isso não acontece, eles dizem. E quando você menos espera, já está está toda coberta: de pano, de vergonha, de isolamento. Fica com medo, não quer mais pegar ónibus, mas não tem outra saída. Uma, duas, três, quatro, cinco vezes.    E quando chega em casa, depois desses ocorridos, ainda liga a TV pra ver na mídia casos piores: ejaculação, beliscão nas partes íntimas, e nenhuma punição. Ou tem: curso. Curso contra machismo, afirma o Tribunal de Justiça Paulista, mas só para crimes como encoxar e se masturbar, menos ofensivos. Mas só depois dele se esfregar. Eles classificaram. Menor potencial ofensivo pra quem?     O que era para ser ensinado na escola é tido como punição: será um castigo para os homens aprenderem a lidar com as mulheres sem serem invasivos? Ou será que é um castigo ter que aguentar eles nos culpando? Mas, se não quiserem, também não precisam ir refletir no curso, não é obrigatório. Quer mudar de comportamento? Vai. Não quer? Não vai. Mas a gente é obrigada a lidar com isso todo dia, e não tem aula que nos ensine a como seguir a vida depois desses traumas. Pagam a multa e estão livres novamente pra nos aprisionar. Mais um dia: manhã cedo e mais uma viagem. Quais serão os relatos de hoje?, pensamos.

 
 
 

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